Poesia de Cora Coralina

“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”



Cora Coralina















































Espero que aproveitem bem este blog... um abraço! SANDRA AQUINO















terça-feira, 18 de outubro de 2011

FORMAÇÃO CONTINUADA - SALA DO EDUCADOR 2011

PROFESSORES NA SALA DO EDUCADOR FAZENDO ESTUDO E APRESENTAÇÕES DE TRABALHOS.


"...aprender não é um ato findo. Aprender é um exercício constante de renovação..."
(Paulo Freire)


ACREDITAMOS NA EDUCAÇÃO!




































terça-feira, 11 de outubro de 2011

DIÁLOGO COM TEXTOS DE GÊNEROS DIFERENTES

TEXTO I




TEXTO II
Quero ver a serra
que por tempos encantou
mas o homem e sua serra
veio e desmatou

Quero ver de perto
se o encanto acabou
só pedra no caminho
e olha o que sobrou
nada mais cresce
só a lama desce

Todos reclamando
só quero conscientizar
madeira acabando
até quando esperar?

O verde da mata
a serra desmatou
o verde da bandeira
também desbotou
LP Banda Plebe Rude(2008)

1- Com a utilização de linguagens diferentes, os textos I e II dialogam entre si e, sobre eles, podemos afirmar que:
(A) Explorando temáticas distintas, buscam, contudo, o mesmo objetivo, que é o da preservação dos valores ecológicos.
(B) Na última estrofe do segundo texto, a linguagem verbal empregada, guarda identidade com elementos não verbais do primeiro texto.
(C) O caminhão madeireiro, no texto I, simboliza uma ação diferente daquela do homem do textoII que, com sua serra, “veio e desmatou”.
(D) A julgar pelo conhecido dístico de ordem verbal existente no corpo de nossa bandeira “Ordem e Progresso”, podemos entender como progressista a imagem da saída do caminhão, no texto I.
(E) As duas mensagens são marcadas pela presença enfática da denúncia do desmatamento predatório de nossas matas, aproximando-se, também, pelo emprego dos mesmos recursos lingüísticos.

INTERTEXTUALIDADE - DIÁLOGO COM TEXTOS

O DIÁLOGO COM OS TEXTOS: A INTERTEXTUALIDADE

O texto abaixo, “Terezinha de Jesus”, é uma cantiga de roda conhecida por muitas crianças.

Talvez você também a conheça:


Teresinha de Jesus
Terezinha de Jesus
Deu uma queda foi ao chão;
Acudiu três cavalheiros,
Todos três chapéu na mão.

O primeiro foi seu pai,
O segundo seu irmão,
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão.

Da laranja quero um bago,
Do limão quero um pedaço,
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço.

Terezinha levantou-se,
Levantou-se lá do chão,
E sorrindo disse ao noivo:
Eu te dou meu coração.
( Veríssimo de Melo)

1- As cantigas de roda são criações populares e fazem parte do folclore infantil. Que termo mostra claramente o uso do dialeto popular em “Terezinha de Jesus” é :
(A) “deu a queda e foi ao chão”.
(B) “quero um beijo e um abraço”.
(C) "levantou-se lá do chão”.
(D) “acudiu três cavalheiros”.

Certos textos atravessam os tempos, tornam-se conhecidos por muitas gerações. Assim, acabam por servir de inspiração a outros, mais atuais.Dizendo de modo diverso: muitos dos textos de hoje dialogam com outros, de época anterior, resultando na intertextualidade.
O texto a seguir é a letra de uma música, composta por Chico Buarque, e cujo título é Teresinha.
Teresinha
(Chico Buarque)
O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".

O segundo me chegou
Como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito posseiro
Dentro do meu coração.

1- O que é semelhante em ambos?

2- O que é diferente?

3- Nos dois textos, a mulher se apaixonou. Essa revelação é expressa de modo diferente, mas a idéia é a mesma.Que versos indicam isso em:
“Teresinha de Jesus”-

“Teresinha”-

As várias formas da intertextualidade – Nem sempre é fácil classificar todas as ocorrências da intertextualidade, uma vez que ela toma extensões e formas muito diferentes, na mesma medida em que o próprio tem infinitas possibilidades de realização.
Por exemplo:as adaptações para a televisão, o cinema e o teatro de determinado romance podem ser mais ou menos fiéis ao original. Às vezes, a telenovela funde duas ou três obras de um autor. Em outros casos ela é inspirada em um romance: isso quer dizer que o adaptador se sentiu muito livre para modificar a história, conservando dela apenas alguns pontos, sua questão central ou alguns personagens.
Em todo caso, há algumas formas bem identificáveis da intertextualidade, que vamos ver agora.

Você conhece a história do Patinho Feio , com toda certeza, um dos contos infantis mais populares em todo o mundo, escrito pelo dinamarquês Hans Chirstian Andersen(1805-1875).
1-Faça em seu caderno um pequeno resumo dessa história ( O Patinho Feio) tal como você a conhece.

Possivelmente, o resumo que você fez é muito próximo da narrativa de Andersen. Bem simplificado: O patinho, ao nascer, era muito diferente dos irmãos, maior e feio. Repudiado por todos, resolve fugir. Vai pelo mundo afora, até que encontra em um lago lindas aves brancas. Encantado, aproxima-se delas, quando percebe sua imagem refletida nas águas, muito parecida com a dos cisnes, que o acolhem como o mais bonito dentre eles.

Nós fizemos com a história do Patinho Feio um tipo de intertextualidade chamada paráfrase. Trata-se da retomada de um texto sem mudar seu fio condutor, a sua lógica.
Resumos, adaptações, traduções tendem a ser paráfrase. Paráfrase é o tipo de intertextualidade em que são conservados ideia e o fio condutor do original.

LEIA O TEXTO:
O patinho realmente feio
Era uma vez uma mamãe pata e um papai pato que tinham sete bebês patinhos. Seis eram patinhos normais.O sétimo, porém, era um patinho realmente feio.
Todo mundo dizia: “ Mas que bando de patinhos tão bonitinhos... todos, menos aquele ali. Puxa, como ele é feio!”
O patinho realmente feio ouvia o que as pessoas diziam, mas nem ligava. Sabia que um dia iria crescer e provavelmente virar um cisne, muito maior e mais bonito do que qualquer outra ave do lago.
Bem, só que no fim ele era apenas um patinho realmente feio. E, quando cresceu, tornou-se apenas um pato grande realmente muito feio. FIM.
(SCIESZKA, Jon.)

2- Além de claramente dialogar com a narrativa de Andersen, há dentro da própria narrativa acima um outro momento de diálogo com o conto clássico.
- Qual é?

- Esse dado lhe parece aumentar ou diminuir a decepção final?

- Qual foi a única novidade que o crescimento trouxe para o patinho?

Jon Scieszka é um escritor norte-americano de grande projeção. A maioria de seus contos reescrevem os clássicos infantis de um ângulo diferente e de forma sempre humorística.
Possivelmente, O Patinho Realmente Feio é muito diferente da história que você contou, um pouco antes: o fio condutor rompeu-se, com a relação ao conto matriz. A idéia da compensação do sofrimento, da transformação, por exemplo, desaparece aqui.
Neste caso, temos uma paródia.
Paródia é um tipo de processo intertextual em que o texto original perde sua idéia básica, seu fio condutor. A narrativa é invertida, ou subvertida. Frequentemente, a paródia é crítica e questionadora.

Certamente você conhece a história de “Branca de Neve e os sete anões”. Agora você vai conhecer um poema divertido, de Guilherme Mansur.
Branca de Neve
Branca de Nave
E os sete... Ah, não!
Branca de Never
E os sete... Ah, não!
Vanca de Brene
E os sete...Ah,não!
Brava de Nence
E os sete... Ah, não!
Anca de Breven
E os sete...Ah, não!
Cabra de Nenve
E os sete...Ah,não!
Brance de Neva
E os sete...Ah,não!

1- O nome da famosa personagem do conto de fadas sofre várias transformações no poema. De que modo o poeta consegue isso?



2- Preste atenção ao verso sempre repetindo “e os sete...Ah,não!” o que você observa em relação ao efeito sonoro do verso?



3- Além do efeito sonoro, que sentido tem a expressão “Ah, não!” no poema?




4- É correto dizer que o poema Branca de Neve é uma paráfrase do famoso conto dos irmãos Grimm, Branca de Neve e os sete anões?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

MENSAGEM: DIA DO PROFESSOR - 15 DE OUTUBRO

“O sermão da montanha (versão para educadores)” . Para quem não conhece, ele é inspirado no trecho bíblico do evangelho de Mateus.



Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar no caderno?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula para provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos?
Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo...
Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria...
Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou... como nós sempre continuamos...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ATIVIDADES - PROVA BRASIL

O homem que entrou pelo cano

Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguido. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. Á sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou:“ Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988.

O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque

(A) a menina agiu como se fosse um fato normal.
(B) o homem demonstrou pouco interesse em sair do cano.
(C) a engrenagens da tubulação não funcionaram.
(D) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo fato.

O homem de meia-idade.
(Lenda chinesa)
Havia outrora um homem de meia-idade que tinha duas esposas. Um dia, indo visitar a mais jovem, esta lhe disse:
_ Eu sou moça e você é velho; não gosto de morar com você. Vá habitar com sua esposa mais velha.
Para poder ficar, o homem arrancou da cabeça os cabelos brancos. Mas, quando foi visitar a esposa mais velha, esta lhe disse, por sua vez:
_ Eu sou velha e tenho a cabeça branca; arranque, pois, os cabelos pretos que tem.
Então o homem arrancou os cabelos pretos para ficar de cabeça branca. Como repetisse sem tréguas tal procedimento, a cabeça tornou-se-lhe inteiramente calva. A essa altura, ambas as esposas acharam-no horrível e ambas o abandonaram.


FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, RÓNAI, Paulo(orgs.)

A idéia central do texto é:
(A) o problema da calvície masculina.
(B) a impossibilidade de agradar a todos.
(C) a vaidade dos homens.
(D) a insegurança da meia-idade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

LEITURA E ANÁLISE DE PROPAGANDA

PROPAGANDA
Ao divulgar um produto, um serviço, fazer uma campanha, a propaganda tem o objetivo de convencer o receptor a uma mudança de comportamento, persuadi-lo a adquirir, consumir e usar os produtos anunciados, utilizar ou beneficiar-se dos serviços de uma empresa, firma, instituição, organização, órgão governamental etc. Geralmente vem acompanhada de uma imagem relacionada ao tema em questão e contém frase(s) breve(s) e chamativa(s). Frequentemente apresenta pronomes relativos à segunda pessoa do discurso (pessoa com quem se ou a quem se escreve) e/ou verbos no imperativo( ou no infinitivo, com valor de imperativo). Pode ou não conter textos mais extensos.
- Observe esse anúncio:





- Leia o anúncio do Leite Moça a seguir, publicado na revista feminina NOVA, em janeiro de 2001:

(Com Leite Moça, o sucesso das suas receitas é garantido.Só Leite Moça tem o que ninguém tem: a qualidade Nestlé e o sabor do leite condensado mais famoso do Brasil.
Leites Nestlé, Amor por você)

1- Observando com atenção a imagem do anúncio, é possível perceber que a lata de leite condensado faz referência à mulher. A mulher que se refere é:
(A)Hebe Camargo.
(B)Claudia Leite.
(C)Carmem Miranda.
(D)Paula Fernandes.


2- Explique o significado da frase: “ O que é que essa MOÇA tem? Tem que ninguém tem.”


3- Por que ao publicar esse anúncio de leite condensado, o autor da propaganda relacionou o produto e essa imagem (turbante com frutas)?


4- Esse anúncio causaria o mesmo efeito no leitor se fosse publicado na revista de automobilismo QUATRO RODAS? Explique.