Poesia de Cora Coralina

“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”



Cora Coralina















































Espero que aproveitem bem este blog... um abraço! SANDRA AQUINO















quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ENFEITES DE GARRAFA PET

ENFEITES DE GARRAFA PET - REALIZADOS PELOS ALUNOS










segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

TRABALHANDO COM BILHETES

BILHETES
Por meio dos bilhetes transmitimos mensagens rápidas.
As características de um bilhete:
• a data;
• um cumprimento junto ao nome do destinatário;
• a mensagem;
• a despedida;
• o nome do remetente.

Veja um exemplo:

26/08/2010

Amiga Selma,
Taís pediu-me para avisá-la de que amanhã não haverá aula de violão.
A próxima aula ficou marcada para sexta-feira às 17:00 horas.
Um beijo,
Luciana

Você pode utilizar um bilhete em diversas ocasiões.
Por exemplo:
• convidar um amigo par ir ao sítio;
• marcar uma partida de futebol;
• pedir um livro emprestado;
• cancelar um compromisso;
• chamar uma amiga para sair,etc.


Agora chegou a sua vez! Faça um bilhete para um amigo convidando-o para um passeio.

A ÚLTIMA CRÔNICA - FERNANDO SABINO

A última crônica
Fernando Sabino

A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."
Crônica publicada no livro "A Companheira de viagem" (Editora Record, 1965)
Atividades:
1) Que tipo de narrador o texto “A última crônica” apresenta? Justifique sua resposta.
2) Retire do primeiro parágrafo as informações abaixo:
a) Quem entra no botequim?
b) Onde fica o botequim?
c) Em primeiro lugar, entra no botequim para quê?
d) Na verdade, o que ele faz nesse lugar?
e) O que ele deseja?
3) Sobre o trecho: “Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade.”, responda:
a) Quem são esses “três esquivos”?
b) Onde eles estão?
c) Levante hipóteses a respeito do que eles estão fazendo ali. Como está a célula da sociedade nos dias de hoje?
4) O que o pai pede ao garçom?
5) No trecho “A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom.”, explique a ansiedade da mãe ao esperar a aprovação do garçom.
Por que o garçom não aprovaria o pedido do pai?
6) Observe que ao descrever a cena que está diante dos olhos, o narrador-personagem questiona: “Por que não começa a comer?” Por quê? Levante hipóteses.
7) Em “Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual.”, a expressão destacada será revelada mais adiante. O que representa esse ritual? Quais são os elementos que compõem esse ritual?
8) Explique o que sentiu o narrador-personagem quando o pai sorri para ele.
“Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.”
9) Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como este sorriso. (Fernando Sabino) Assinale a série em que estão devidamente classificadas as formas verbais em destaque.
a) futuro do pretérito, presente do subjuntivo
b) pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo
c) pretérito mais-que-perfeito, presente do subjuntivo
d) futuro do pretérito, pretérito imperfeito do subjuntivo
e) pretérito perfeito, futuro do pretérito

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PEÇA TEATRAL - PLUFT,O FANTASMINHA

PLUFT,O FANTASMINHA , DE MARIA CLARA MACHADO


Em CENA, só Pluft, o menino-fantasma simpaticíssimo e que morria de medo de gente, e Maribel, a menina que tinha sido raptada pelo pirata Perna- de- Pau e levada para uma casa abandonada, por acaso a residência da família Fantasma.
Maribel deu de cara com o fantasminha e desmaia.Ela acaba de acordar de um desmaio. O momento é de muita tensão... Ela menos medrosa, acaba começando um diálogo:
Maribel(tensa) – Como é que você se chama?
Pluft(tenso) – Pluft. E você?
Maribel – Eu sou Maribel.
Pluft – Você é gente,não é?
Maribel – Sou. E você?
Pluft – Eu sou fantasma.
Maribel – Fantasma mesmo?
Pluft – Fantasma mesmo. Minha mãe também é fantasma.
Maribel(relaxando) – Engraçado ... de você eu não tenho medo!!!...
Pluft(relaxando) – Nem eu de você. Engraçado...
Mãe( de dentro) – Pluft!
Pluft – É a minha mãe. Com licença. O que é, mamãe?
Mãe – Com quem você está falando?
Pluft – Com Maribel.
Mãe – Com quem?
Pluft (gabando-se) – Ora, mamãe, com gente. (Aproximando-se mais da menina, com ar de velha amizade.) Com Maribel.
Mãe – Ah! Então ela já acordou?
Pluft – Sim. Já acordou.
Maribel - Mas sua mãe também é fantasma?
Pluft – Claro, ora! (Ofendido.) Você queria que ela fosse peixe?!

CONTO: O ciclista de Dalton Trevisan

O ciclista
Curvado no guidão lá vai ele numa chispa. Na esquina dá com o sinal vermelho e não se perturba – levanta vôo bem na cara do guarda crucificado. No labirinto urbano persegue a morte como trim-trim da campainha: entrega sem derreter sorvete a domicílio.
É sua lâmpada de Aladino a bicicleta e, ao sentar-se no selim, liberta o gênio acorrentado ao pedal. Indefeso homem, frágil máquina, arremete impávido colosso, desvia de fininho o poste e o caminhão; o ciclista por muito favor derrubou o boné.
Atropela gentilmente e, vespa furiosa que morde, ei-lo defunto ao perder o ferrão. Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfono esqueleto. Se não se estrebucha ali mesmo, bate o pó da roupa e – uma perna mais curta – foge por entre nuvens, a bicicleta no ombro.
Opõe o peito magro ao pára-choque do ônibus. Salta a poça d´água no asfalto. Nem só corpo, touro e toureiro, golpeia ferido o ar nos cornos do guidão.
Ao fim do dia, José guarda no canto da casa o pássaro de viagem. Enfrenta o sono trim-trim a pé e, na primeira esquina, avança pelo céu na contramão, trim-trim.

(Dalton Trevisan)

ATIVIDADES:

1- O conto é exemplo da prosa urbana da literatura contemporânea. Explique por quê.

2- A linguagem do conto é figurada. Explique as seguintes expressões:
a) “ Lâmpada de Aladino”_________________________________________
b) “...touro e toureiro,golpeia ferido o ar nos cornos do guidão.”__________________________________________________________

3- Dê uma interpretação `a última frase do conto.

4- Na expressão: “... levanta vôo bem na cara do guarda crucificado”.A expressão grifada está corretamente interpretada em:
(A) O guarda está descontente com o trânsito.
(B) O guarda abre os braços para expressar o caos do trânsito.
(C) O guarda sente-se explorado ao exercer sua função.
(D) O guarda fica de braços abertos para impedir o ciclista de ultrapassar o sinal.
(E) N.D.A.

5- O tratamento dispensado ao ciclista no trânsito da cidade grande está bem representado em:
(A) “Enfrenta o sono trim-trim.”
(B) “Guerreiros inimigos trituram com chio de pneus o seu diáfano esqueleto”.
(C) “Curvado no guidão lá vai ele numa chispa”.
(D) “...golpeia ferido o ar nos cornos do guidão”.
(E) “...desvia de fininho o poste e o caminhão;”

terça-feira, 18 de outubro de 2011

FORMAÇÃO CONTINUADA - SALA DO EDUCADOR 2011

PROFESSORES NA SALA DO EDUCADOR FAZENDO ESTUDO E APRESENTAÇÕES DE TRABALHOS.


"...aprender não é um ato findo. Aprender é um exercício constante de renovação..."
(Paulo Freire)


ACREDITAMOS NA EDUCAÇÃO!




































terça-feira, 11 de outubro de 2011

DIÁLOGO COM TEXTOS DE GÊNEROS DIFERENTES

TEXTO I




TEXTO II
Quero ver a serra
que por tempos encantou
mas o homem e sua serra
veio e desmatou

Quero ver de perto
se o encanto acabou
só pedra no caminho
e olha o que sobrou
nada mais cresce
só a lama desce

Todos reclamando
só quero conscientizar
madeira acabando
até quando esperar?

O verde da mata
a serra desmatou
o verde da bandeira
também desbotou
LP Banda Plebe Rude(2008)

1- Com a utilização de linguagens diferentes, os textos I e II dialogam entre si e, sobre eles, podemos afirmar que:
(A) Explorando temáticas distintas, buscam, contudo, o mesmo objetivo, que é o da preservação dos valores ecológicos.
(B) Na última estrofe do segundo texto, a linguagem verbal empregada, guarda identidade com elementos não verbais do primeiro texto.
(C) O caminhão madeireiro, no texto I, simboliza uma ação diferente daquela do homem do textoII que, com sua serra, “veio e desmatou”.
(D) A julgar pelo conhecido dístico de ordem verbal existente no corpo de nossa bandeira “Ordem e Progresso”, podemos entender como progressista a imagem da saída do caminhão, no texto I.
(E) As duas mensagens são marcadas pela presença enfática da denúncia do desmatamento predatório de nossas matas, aproximando-se, também, pelo emprego dos mesmos recursos lingüísticos.

INTERTEXTUALIDADE - DIÁLOGO COM TEXTOS

O DIÁLOGO COM OS TEXTOS: A INTERTEXTUALIDADE

O texto abaixo, “Terezinha de Jesus”, é uma cantiga de roda conhecida por muitas crianças.

Talvez você também a conheça:


Teresinha de Jesus
Terezinha de Jesus
Deu uma queda foi ao chão;
Acudiu três cavalheiros,
Todos três chapéu na mão.

O primeiro foi seu pai,
O segundo seu irmão,
O terceiro foi aquele
Que a Tereza deu a mão.

Da laranja quero um bago,
Do limão quero um pedaço,
Da morena mais bonita
Quero um beijo e um abraço.

Terezinha levantou-se,
Levantou-se lá do chão,
E sorrindo disse ao noivo:
Eu te dou meu coração.
( Veríssimo de Melo)

1- As cantigas de roda são criações populares e fazem parte do folclore infantil. Que termo mostra claramente o uso do dialeto popular em “Terezinha de Jesus” é :
(A) “deu a queda e foi ao chão”.
(B) “quero um beijo e um abraço”.
(C) "levantou-se lá do chão”.
(D) “acudiu três cavalheiros”.

Certos textos atravessam os tempos, tornam-se conhecidos por muitas gerações. Assim, acabam por servir de inspiração a outros, mais atuais.Dizendo de modo diverso: muitos dos textos de hoje dialogam com outros, de época anterior, resultando na intertextualidade.
O texto a seguir é a letra de uma música, composta por Chico Buarque, e cujo título é Teresinha.
Teresinha
(Chico Buarque)
O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".

O segundo me chegou
Como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito posseiro
Dentro do meu coração.

1- O que é semelhante em ambos?

2- O que é diferente?

3- Nos dois textos, a mulher se apaixonou. Essa revelação é expressa de modo diferente, mas a idéia é a mesma.Que versos indicam isso em:
“Teresinha de Jesus”-

“Teresinha”-

As várias formas da intertextualidade – Nem sempre é fácil classificar todas as ocorrências da intertextualidade, uma vez que ela toma extensões e formas muito diferentes, na mesma medida em que o próprio tem infinitas possibilidades de realização.
Por exemplo:as adaptações para a televisão, o cinema e o teatro de determinado romance podem ser mais ou menos fiéis ao original. Às vezes, a telenovela funde duas ou três obras de um autor. Em outros casos ela é inspirada em um romance: isso quer dizer que o adaptador se sentiu muito livre para modificar a história, conservando dela apenas alguns pontos, sua questão central ou alguns personagens.
Em todo caso, há algumas formas bem identificáveis da intertextualidade, que vamos ver agora.

Você conhece a história do Patinho Feio , com toda certeza, um dos contos infantis mais populares em todo o mundo, escrito pelo dinamarquês Hans Chirstian Andersen(1805-1875).
1-Faça em seu caderno um pequeno resumo dessa história ( O Patinho Feio) tal como você a conhece.

Possivelmente, o resumo que você fez é muito próximo da narrativa de Andersen. Bem simplificado: O patinho, ao nascer, era muito diferente dos irmãos, maior e feio. Repudiado por todos, resolve fugir. Vai pelo mundo afora, até que encontra em um lago lindas aves brancas. Encantado, aproxima-se delas, quando percebe sua imagem refletida nas águas, muito parecida com a dos cisnes, que o acolhem como o mais bonito dentre eles.

Nós fizemos com a história do Patinho Feio um tipo de intertextualidade chamada paráfrase. Trata-se da retomada de um texto sem mudar seu fio condutor, a sua lógica.
Resumos, adaptações, traduções tendem a ser paráfrase. Paráfrase é o tipo de intertextualidade em que são conservados ideia e o fio condutor do original.

LEIA O TEXTO:
O patinho realmente feio
Era uma vez uma mamãe pata e um papai pato que tinham sete bebês patinhos. Seis eram patinhos normais.O sétimo, porém, era um patinho realmente feio.
Todo mundo dizia: “ Mas que bando de patinhos tão bonitinhos... todos, menos aquele ali. Puxa, como ele é feio!”
O patinho realmente feio ouvia o que as pessoas diziam, mas nem ligava. Sabia que um dia iria crescer e provavelmente virar um cisne, muito maior e mais bonito do que qualquer outra ave do lago.
Bem, só que no fim ele era apenas um patinho realmente feio. E, quando cresceu, tornou-se apenas um pato grande realmente muito feio. FIM.
(SCIESZKA, Jon.)

2- Além de claramente dialogar com a narrativa de Andersen, há dentro da própria narrativa acima um outro momento de diálogo com o conto clássico.
- Qual é?

- Esse dado lhe parece aumentar ou diminuir a decepção final?

- Qual foi a única novidade que o crescimento trouxe para o patinho?

Jon Scieszka é um escritor norte-americano de grande projeção. A maioria de seus contos reescrevem os clássicos infantis de um ângulo diferente e de forma sempre humorística.
Possivelmente, O Patinho Realmente Feio é muito diferente da história que você contou, um pouco antes: o fio condutor rompeu-se, com a relação ao conto matriz. A idéia da compensação do sofrimento, da transformação, por exemplo, desaparece aqui.
Neste caso, temos uma paródia.
Paródia é um tipo de processo intertextual em que o texto original perde sua idéia básica, seu fio condutor. A narrativa é invertida, ou subvertida. Frequentemente, a paródia é crítica e questionadora.

Certamente você conhece a história de “Branca de Neve e os sete anões”. Agora você vai conhecer um poema divertido, de Guilherme Mansur.
Branca de Neve
Branca de Nave
E os sete... Ah, não!
Branca de Never
E os sete... Ah, não!
Vanca de Brene
E os sete...Ah,não!
Brava de Nence
E os sete... Ah, não!
Anca de Breven
E os sete...Ah, não!
Cabra de Nenve
E os sete...Ah,não!
Brance de Neva
E os sete...Ah,não!

1- O nome da famosa personagem do conto de fadas sofre várias transformações no poema. De que modo o poeta consegue isso?



2- Preste atenção ao verso sempre repetindo “e os sete...Ah,não!” o que você observa em relação ao efeito sonoro do verso?



3- Além do efeito sonoro, que sentido tem a expressão “Ah, não!” no poema?




4- É correto dizer que o poema Branca de Neve é uma paráfrase do famoso conto dos irmãos Grimm, Branca de Neve e os sete anões?

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

MENSAGEM: DIA DO PROFESSOR - 15 DE OUTUBRO

“O sermão da montanha (versão para educadores)” . Para quem não conhece, ele é inspirado no trecho bíblico do evangelho de Mateus.



Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele os preparava para serem os educadores capazes de transmitir a lição da Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- "Em verdade, em verdade vos digo: Felizes os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque eles..."
Pedro o interrompeu:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar no caderno?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai cair na prova?
João levantou a mão:
- Posso ir ao banheiro?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula para provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai valer nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandão na minha frente.
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não entendi nada, ninguém entendeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula? Onde está o seu plano de curso e a avaliação diagnóstica? Quais são os objetivos gerais e específicos?
Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma programação que inclua os temas transversais e atividades integradoras com outras disciplinas? E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais? Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundão, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da Provinha Brasil, da Prova Brasil e demais testes e reservo-me o direito de, ao final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade. Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
E vê lá se não vai reprovar alguém! Lembre-se que você ainda não é professor efetivo...
Jesus deu um suspiro profundo, pensou em ir à sinagoga e pedir aposentadoria proporcional aos trinta e três anos. Mas, tendo em vista o fator previdenciário e a regra dos 95, desistiu. Pensou em pegar um empréstimo consignado com Zaqueu, voltar pra Nazaré e montar uma padaria...
Mas olhou de novo a multidão. Eram como ovelhas sem pastor... Seu coração de educador se enterneceu e Ele continuou... como nós sempre continuamos...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

ATIVIDADES - PROVA BRASIL

O homem que entrou pelo cano

Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguido. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. Á sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou:“ Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.

BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988.

O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque

(A) a menina agiu como se fosse um fato normal.
(B) o homem demonstrou pouco interesse em sair do cano.
(C) a engrenagens da tubulação não funcionaram.
(D) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo fato.

O homem de meia-idade.
(Lenda chinesa)
Havia outrora um homem de meia-idade que tinha duas esposas. Um dia, indo visitar a mais jovem, esta lhe disse:
_ Eu sou moça e você é velho; não gosto de morar com você. Vá habitar com sua esposa mais velha.
Para poder ficar, o homem arrancou da cabeça os cabelos brancos. Mas, quando foi visitar a esposa mais velha, esta lhe disse, por sua vez:
_ Eu sou velha e tenho a cabeça branca; arranque, pois, os cabelos pretos que tem.
Então o homem arrancou os cabelos pretos para ficar de cabeça branca. Como repetisse sem tréguas tal procedimento, a cabeça tornou-se-lhe inteiramente calva. A essa altura, ambas as esposas acharam-no horrível e ambas o abandonaram.


FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, RÓNAI, Paulo(orgs.)

A idéia central do texto é:
(A) o problema da calvície masculina.
(B) a impossibilidade de agradar a todos.
(C) a vaidade dos homens.
(D) a insegurança da meia-idade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

LEITURA E ANÁLISE DE PROPAGANDA

PROPAGANDA
Ao divulgar um produto, um serviço, fazer uma campanha, a propaganda tem o objetivo de convencer o receptor a uma mudança de comportamento, persuadi-lo a adquirir, consumir e usar os produtos anunciados, utilizar ou beneficiar-se dos serviços de uma empresa, firma, instituição, organização, órgão governamental etc. Geralmente vem acompanhada de uma imagem relacionada ao tema em questão e contém frase(s) breve(s) e chamativa(s). Frequentemente apresenta pronomes relativos à segunda pessoa do discurso (pessoa com quem se ou a quem se escreve) e/ou verbos no imperativo( ou no infinitivo, com valor de imperativo). Pode ou não conter textos mais extensos.
- Observe esse anúncio:





- Leia o anúncio do Leite Moça a seguir, publicado na revista feminina NOVA, em janeiro de 2001:

(Com Leite Moça, o sucesso das suas receitas é garantido.Só Leite Moça tem o que ninguém tem: a qualidade Nestlé e o sabor do leite condensado mais famoso do Brasil.
Leites Nestlé, Amor por você)

1- Observando com atenção a imagem do anúncio, é possível perceber que a lata de leite condensado faz referência à mulher. A mulher que se refere é:
(A)Hebe Camargo.
(B)Claudia Leite.
(C)Carmem Miranda.
(D)Paula Fernandes.


2- Explique o significado da frase: “ O que é que essa MOÇA tem? Tem que ninguém tem.”


3- Por que ao publicar esse anúncio de leite condensado, o autor da propaganda relacionou o produto e essa imagem (turbante com frutas)?


4- Esse anúncio causaria o mesmo efeito no leitor se fosse publicado na revista de automobilismo QUATRO RODAS? Explique.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE FÁBULA

FÁBULA.

O cavalo e o burro

“Cavalo e burro seguiam juntos para a cidade. O cavalo, contente da vida, folgado com uma carga de quatro arrobas apenas, e o burro __coitado! __ gemendo sob o peso de oito. Em certo ponto, o burro parou e disse:
__ Não posso mais! Esta carga excede às minhas forças e o remédio é repartirmos o peso, irmanamente seis arrobas para cada um.
O cavalo deu um pinote e relinchou uma gargalhada.
__Ingênuo! Quer então que eu arque com seis arrobas quando posso bem continuar com as quatro? Tenho cara de tolo?
O burro gemeu:
__Egoísta! Lembre-se de que se eu morrer você terá que seguir com a carga das quatro arrobas mais a minha.
O cavalo pilheriou de novo e a coisa ficou por isso. Logo adiante, porém, o burro tropica,vem ao chão e rebenta.
Chegam os tropeiros, maldizem da sorte e sem demora arrumamos oitos arrobas do burro sobre as quatro do cavalo egoísta. E como o cavalo refuga, dão-lhe de chicote em cima, sem dó nem piedade.
___Bem feito! __ exclamou um papagaio.
Quem o mandou ser mais burro que o pobre burro e não compreender que o verdadeiro egoísmo era aliviá-lo da carga em excesso? Tome!
Gema dobrado agora...”

ATIVIDADES:

1- Faça uma análise dos elementos da narrativa da fábula.
2- Que mensagem podemos tirar dessa fábula?

LEITURA E ANÁLISE DE TEXTO INSTRUCIONAL

TEXTO INSTRUCIONAL
Existe um tipo textual muito útil no nosso dia a dia, e sempre que precisamos lá estamos nós a sua procura, são os chamados TEXTOS INSTRUCIONAIS. Os mesmos têm a função de ensinar a fazer algo ou apenas a usar algum equipamento ou produto.
Dentre eles estão:
Manuais de eletrodomésticos, Jogos eletrônicos, Regras de jogo, Receitas culinárias, Bula de medicamentos, Rótulos de embalagens de uma forma geral, entre outros.
Um fator muito importante que devemos perceber é quanto aos verbos de um texto desta natureza, pois como se trata de uma orientação, aparecem sempre no modo imperativo, no sentido de indicar uma ordem.

Observe o exemplo:

COMO LAVAR AS MÃOS – Manter o vírus da Gripe A afastado






- Quantas ações foram executadas para lavar as mãos corretamente?


- Qual é a importância de lavar as mãos corretamente?


- Escreva o que as pessoas devem fazer para não pegar a Gripe A?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Dinâmicas das vogais- Para apresentação em sala de aula com alunos
Em sala de aula, reúna todos os alunos da classe, entregue para cada um uma tabela e inicie o processo de apresentação.
Tabela da dinâmica:
A = braços abertos
E = braços cruzados à frente
I = braço direito levantado
O = braços a frente em forma oval
U = braços para o alto em forma de U
Procedimento:
Apresentação dos nomes por meio de gestos e sons verbais.
Com o grupo em círculo, com uma distância um do outro, cada pessoa fala seu nome e logo após, todo o grupo repete o nome em voz alta, em ritmo realizando gestos com os braços de acordo com as vogais pronunciadas.
O participante que for se apresentar deverá ir ao centro da roda, se apresentar e o grupo repete a coreografia, repetindo o nome.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

ATIVIDADES - ENEM

ATIVIDADES PARA TREINO DO ENEM:

1- Um dos fenômenos mais discutidos na atualidade é a globalização das economias. No Brasil esse processo tem gerado:
(a) crescimento econômico estável, com taxas de desemprego baixas;
(b) crises sucessivas com alto índice de empregabilidade;
(c) um fenômeno cada vez mais visível de inclusão social;
(d) exigências de qualificação para o trabalho em vários níveis da economia;
(e) redução da recessão com aumento dos índices de desemprego.

2-No contexto das políticas de inclusão digital, as escolas, nos usos pedagógicos das tecnologias de informação, devem estar voltadas principalmente para:
(a) proporcionar aulas que capacitem os estudantes a montar e desmontar computadores, para garantir a compreensão sobre o que são as tecnologias digitais.
(b) explorar a facilidade de ler e escrever textos e receber comentários na internet para desenvolver a interatividade e a análise crítica, promovendo a construção do conhecimento.
(c) estudar o uso de programas de processamento para imagens e vídeos de alta complexidade para capacitar profissionais em tecnologia digital.
(d) exercitar a navegação pela rede em busca de jogos que possam ser “baixados”
gratuitamente para serem utilizados como entretenimento.
(e) estimular as habilidades psicomotoras relacionadas ao uso físico do computador, como mouse, teclado, monitor etc.

3- LEIA O TEXTO: Não se perca na rede
A Internet é o maior arquivo público do mundo. De futebol a física nuclear, de cinema a biologia, de religião a sexo, sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto. Mas essa avalanche de informações pode atrapalhar. Como chegar ao que se quer sem perder tempo? É para isso que foram criados os sistemas de busca. Porta de entrada na rede para boa parte dos usuários, eles são um filão tão bom que já existem às centenas também. Qual deles escolher? Depende do seu objetivo de busca.
Há vários tipos. Alguns são genéricos, feitos para uso no mundo todo(Google, por exemplo). Use esse site para pesquisar temas universais.outros são nacionais ou estrangeiros com versões específicas para o Brasil(Cadê, Yahoo,Altavista). São ideais para achar páginas “com.br”.
(Paulo D’Amaro)
- O artigo foi escrito por Paulo D’Amaro. Ele misturou informações e análises do fato. O período que apresenta uma opinião do autor é:
(a) “foram criados sistemas de busca.”
(b) “essa avalanche de informações pode atrapalhar.”
(c) “ sempre há centenas de sites sobre qualquer assunto.”
(d) “A Internet é o maior arquivo público do mundo.”
(e) “ Há vários tipos.”

domingo, 11 de setembro de 2011

SARAU LITERÁRIO:NAS ASAS DA LEITURA

No dia 09/09/2011, na Escola Estadual Nossa Senhora de Fátima, aconteceu o SARAU LITERÁRIO: NAS ASAS DA LEITURA, com a participação dos coordenadores, professores e alunos.Foram apresentados os trabalhos desenvolvidos na área da linguagem como:declamações de poemas, teatros, danças coreografadas, músicas, desenhos e outros.

PARABÉNS! ALUNOS, VOCÊS DERAM UM SHOW!


Alunas do 6º e 7º ano dançando.


Teatro: "O roubo da canastrinha"- Alunos do 4º ano.




Coral:" Rosa de Hiroshima" - Alunos do 6º ano B.




Luan - cantando uma paródia - Aluno do 5º ano A.




Maysa, Carla e Raul - cantando a música: " Conquistando o Impossível".


















LEITURA E ANÁLISE DE NOTÍCIA E REPORTAGEM



Leitura de textos jornalísticos: notícias e reportagens

O jornal é um portador de diferentes gêneros: textos opinativos (editorial, cartas dos leitores, críticas), notícias, reportagens, dicas culturais, classificados etc. distribuídos em diferentes cadernos. Hoje, os alunos têm acesso a essa linguagem por diferentes formas, inclusive por meio dos telejornais. O trabalho com a leitura desses textos tem como objetivo conhecer essas linguagens para ter uma visão mais crítica do mundo.


NOTÍCIA


A notícia apresenta um puro registro dos fatos sem comentário e nem interpretação. A preocupação é informar o leitor a respeito de determinado acontecimento: o que aconteceu, quando, onde, com quem. Esse tipo de texto, que constitui a base do jornal, mas também aparece em revistas, programas de rádios e telejornais, é chamado de notícia.


A notícia de jornal obedece a critérios preestabelecidos:




  • Traz um título chamativo;


  • Inicia-se com um lead ( ou lide), isto é, um resumo do fato em poucas linhas. Geralmente, nas notícias, é o primeiro parágrafo do texto, em que se respondem as questões básicas sobre o fato a ser relatado: o quê, quem, onde, quando, como e por quê ( elementos essências de qualquer narrativa);


  • Relata fatos recém- ocorridos, utilizando uma linguagem clara e objetiva.



Vamos localizar nessa noticia os elementos citados:


O quê (fato): _____________________________________________________


Quem( personagens):______________________________________________


Quando (tempo):__________________________________________________


Onde: __________________________________________________________


Por quê:________________________________________________________


Lead(lide):_______________________________________________________

Corpo da notícia: _________________________________________________



REPORTAGEM

O texto de reportagem é feito com base em pesquisas, entrevistas, levantamento de dados e citações, entre outros recursos. Apresenta diferentes vozes sobre o mesmo assunto e tem linguagem objetiva, clara e baseada na variedade padrão da língua. Na reportagem, utilizam-se termos que não dão margem a diferentes interpretações. As citações entram entre aspas e as fontes são sempre identificadas. Variados, os assuntos das reportagens são todos aqueles que despertem interesse do leitor.




Título da reportagem:______________________________________________
Jornalista:_______________________________________________________
Assunto principal:_________________________________________________
Quem foi consultado:______________________________________________




LEITURA E ANÁLISE DE FOTOS





SITUAÇÕES DE LEITURA


Há muitas maneiras de ler um texto. Em diferentes situações do dia a dia, estamos em contato com textos variados, espalhados em todos os locais. Procure observar os textos em sua volta.



Observe a foto a seguir:





- Aponte um detalhe da foto que tenha chamado a sua atenção durante a leitura.


- A fotografia revela possíveis informações ou hipóteses. O que você poderia dizer a respeito do cenário?


- Observe o aspecto de modernidade presente na foto dessa cidade. Para você, o que isso pode representar sobre a qualidade de vida das pessoas quem trabalham e/ ou moram nessa região?


- Observe sua cidade e indique como você vê a distribuição do espaço urbano: o desenvolvimento e a organização da cidade nos diferentes bairros ou setores habitacionais.



Essa foto é da cidade de São Paulo. Discuta sobre qualidade de vida, espaço urbano, desenvolvimento e organização das grandes cidades. As grandes cidades brasileiras têm regiões com as características da foto: edifícios grandes, modernos e bonitos, avenidas e comércio desenvolvidos. Contudo, há um número maior ainda de regiões periféricas nessas mesmas cidades, com características bem diferentes: falta saneamento básico, escolas, hospitais, lazer, transporte, etc.



O Brasil é um país conhecido internacionalmente por sua rica fauna e flora, assim como por suas exuberantes paisagens e sua cultura diversificada. Nessa foto representa o Brasil.


Observe atentamente a foto:







Lembre-se: há informações na imagem que saltam aos olhos de qualquer leitor, assim como há muitas outras informações que só será percebidas pelos leitores mais atentos. Então, muita atenção!


-Observe a foto do animal e da vegetação e procure resgatar de suas lembranças as informações conhecidas a respeito dessa foto. Anote o maior número de informação que você vê.


-Anote, agora, o maior número de informação que você consegue associar à foto.



A fotografia brasileira teve um grande impulso na segunda metade do século XX.


O primeiro deles foi o desenvolvimento do fotojornalismo(1950), outro motivo foi a criação de revistas especializadas com orientações e técnicas fotográficas.




Foto: Viaduto do Chá (1993)


Fotógrafo: Cristiano Mascar ( 1944-)




Uma cena urbana


É comum associar o movimento do centro de uma grande cidade como São Paulo ao de um imenso formigueiro. Nessa foto tirada do alto as pessoas aparecem tão pequenas que parecem formigas movendo-se em várias direções. Mas há outros aspectos a destacar nela: a forte impressão de movimento, a sombra das pessoas nas calçadas e ruas, algumas pessoas andam sozinhas, ainda que entre tantas outras. Note ainda as que estão conversando, paradas, e as que estão abraçadas ou de mãos dadas.




Observe a foto:


-O que você vê?


-O lugar em que ela se encontra é adequado para esse tipo de esporte? Por quê?


-Que habilidade e condição física esse esporte requer?


-Geralmente, qual é o perfil das pessoas que gostam de praticar esse esporte?


-Ela está usando roupas adequadas para praticar o esporte?


-Levante hipóteses: Que idade você imagina que ela tem? Justifique.


-As roupas que ela usa são típicas de uma senhora de idade?


-E as ações dela? Por que geralmente pessoas idosas nunca são associadas a esse tipo de esporte?





LEITURA E ANÁLISE DE GRÁFICO

GRÁFICOS


Os gráficos têm a função de apresentar dados econômicos, sociais, físicos, etc. por meio de figuras. São eficientes, pois trazem informações ao mesmo tempo, permitindo a visualização, a compreensão e a comparação de dados. Há vários tipos de gráficos: o circular, também chamado de “gráfico de pizza”, o de barras, o construído em curvas em retas e outros.



Folha de S.Paulo,7out.2003,p.A12.



Observe com atenção este gráfico sobre a pobreza no mundo.


1-De que assunto trata este texto?


2-Que recursos são utilizados para expor o assunto?


3-As informações referem-se a que ano?


4-Segundo a ONU(Organizações das Nações Unidas), o que caracteriza uma favela?


Nesse texto, a representação da parcela de favelados na população das cidades é feita por meio de dois gráficos:



  • Gráfico circular;

  • Gráfico de barras,complementado por um mapa-múndi, que dá a localização das regiões no globo.

5-Observe o gráfico circular e diga com suas palavras as informações que ele apresenta.


6-Comparando o gráfico, qual é a região mais pobre?


7-Observando o gráfico de barras, coloque as áreas do mundo com população favelada em ordem decrescente( da maior para menor), de acordo com o tamanho da população.





quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ATIVIDADES PARA O ENEM

Namoro
O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone:
_ Desliga você.
_ Não, desliga você.
_ Você.
_ Você.
_ Então vamos desligar juntos.
_ Ta. Conta até três.
_ Um... Dois... Dois e meio...
Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra? Eram ridículos. Ronron.
Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha (Gongonhal) Mamosa. Perupupuca...
Não havia coisa melhor do que passar tardes inteiras num sofá, olho no olho, dizendo:
_ As dondozeira ama os dondozeiro?
_ Ama.
_ Mas os dondozeiro ama as dondozeira mais do que dondozeira ama os dondozeiro.
Na-na-não. As dondozeira ama os dondozeiro mais do que, etc.
E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos, beijos mais do que de línguas, beijos de amígdalas, beijos catetéricos. Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais.
Depois de ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém, ou para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abandono amistoso querendo dizer que ela ou ele agora significa tão pouco que podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.
E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda mais lamentáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra? Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas.
VERÍSSIMO, Luís Fernando. Correio Braziliense. 13/06/1999.

No texto, considera-se que o melhor do namoro é o ridículo associado:
(A) às brigas por amor.
(B) às mentiras inocentes.
(C) às reconciliações felizes.
(D) aos apelidos carinhosos.
(E) aos telefonemas intermináveis.


Todo ponto de vista é a vista de um ponto

Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
Boff, Leonardo. A água e a galinha. 4ªed. RJ: Sextante, 1999.

A expressão “com os olhos que tem”, no texto, tem sentido de:
(A) enfatizar a leitura.
(B) incentivar a leitura.
(C) individualizar a leitura.
(D) priorizar a leitura.
(E) valorizar a leitura.



Motoristas de batom conquistam a Urca

Moradores aprovam adoção de mulheres na linha 107.
Batom, lápis nos olhos, brincos. Foi a essa mistura que a empresa Amigos Unidos apelou para contornar as constantes reclamações dos moradores da Urca contra os motoristas da linha 107 (Central-Urca). Há um mês, a empresa removeu sete mulheres de outros trajetos para formar um time de primeira linha. “O público da Urca é muito exigente.” Os passageiros reclamavam que os motoristas homens não paravam no ponto e dirigiam de forma perigosa. “Agora só recebemos elogios”, contou o gerente de Recursos Humanos da empresa, Mario Mattos.
Elogios que, às vezes, não se limitam ao desempenho profissional. ”Hoje (ontem), um homem falou que queria ser o meu volante”, Ana Paula da Silva faz da profissão uma forma de dar carinho a idosos e deficientes – os que mais têm dificuldades para entrar nos ônibus. “Ás vezes, levanto para ajudar alguém a descer. Já parei o carro para atravessar a rua com um deficiente visual”, contou.
Casada com um motorista de ônibus, Márcia Cristina Pereira, 38 anos, diz que não enfrenta dificuldades com os colegas de profissão, ainda que reconheça que, no começo, a desconfiança não foi pequena. “Eles me dão força. Recebo muitos elogios”, disse. Ao contrário de Márcia, a motorista Janaína de Lima, 32 anos, diz que relaciona bem com todos os colegas, mas acha que já há competição. “Falta muito para os homens se relacionarem bem com os idosos e deficientes”, comparou. Morador da Urca há 25 anos, Ednei Bernardes aprovou a adoção de motoristas mulheres no bairro. “Elas respeitam mais as pessoas e as leis de trânsito”, resumiu.
JB, 23/07/02 – Cidade. C1.


Um dos usuários do ônibus concluiu: “Elas respeitam muito mais as pessoas e as leis do trânsito.” Tal afirmativa, no contexto, permite concluir que :
(A) as empresas de ônibus preferem os serviços da mulher.
(B) os homens são grosseiros e desrespeitam as leis de trânsito.
(C) os idosos e deficientes passam a receber um tratamento melhor.
(D) os homens criam mais problemas com colegas de profissão.
(E) a população da Urca tornou-se exigente no transporte urbano.



Um arriscado esporte nacional
Os leigos sempre se medicaram por conta própria, já que de médicos e de loucos todos temos um pouco, mas esse problema jamais adquiriu contornos tão preocupantes no Brasil como atualmente. Qualquer farmácia conta hoje com um arsenal de armas de guerra para combater doenças de fazer inveja própria indústria de material bélico nacional. Cerca de 40% das vendas realizadas pelas farmácias nas metrópoles brasileiras destinam-se a pessoas que se automedicam. A indústria farmacêutica de menor porte e importância retira 80% de seu faturamento da venda “livre” de seus produtos – isto é, das vendas realizadas sem receita médica.
Diante desse quadro, médico tem o dever de alertar a população para os perigos ocultos em cada remédio, sem que, necessariamente, faça junto com essas advertências uma sugestão para que os entusiastas da automedicação passem a gastar mais em consultas médicas. Acredito que a maioria das pessoas se automedicam por sugestão de amigos, leitura, fascinação pelo mundo maravilhoso das drogas “novas” ou simplesmente para tentar manter a juventude.Qualquer que seja a causa, os resultados podem ser danosos.
MEDEIROS, Geraldo. – Revista Veja, 18 de dezembro, 1985.

O tema abordado no texto é:
(A) os riscos constantes da automedicação.
(B) o crescimento da indústria farmacêutica.
( C) a venda ilegal de medicamentos.
(D) a luta pela manutenção da juventude.
(E) o faturamento das consultas médicas.

sábado, 27 de agosto de 2011

PROJETO: TODO DIA É DIA DE FOLCLORE

PROJETO: TODO DIA É DIA DE FOLCLORE




INTRODUÇÃO: MITOS, LENDAS, ADIVINHAS, PARLENDAS, DITADOS POPULARES, DANÇAS TÍPICAS, ARTESANATO, BRINCADEIRAS, MEDICINA POPULAR E OUTROS. ESSAS E TANTAS OUTRAS MANIFESTAÇÕES CULTURAIS REPRESENTAM MODOS DE VIVER E DE SE EXPRESSAR DE POVOS OU GRUPOS SOCIAIS O QUE CHAMAMOS DE FOLCLORE.




JUSTIFICATIVA: COMO AGOSTO É O MÊS DO FOLCLORE, TRABALHEI COM MEUS ALUNOS NA DISCIPLINA DE ARTE, A CULTURA POPULAR BRASILEIRA.




OBJETIVOS: RESGATAR, DESPERTAR E ESTIMULAR O PRAZER NOS ALUNOS PELA CULTURA POPULAR; VALORIZAR AS MANIFESTAÇÕES E TRADIÇÕES FLOCLÓRICAS.






FOTOS DOS TRABALHOS REALIZADOS PELOS ALUNOS:


FRASES DE CAMINHÃO


FRASES DE CAMINHÃO



FRASES DE CAMINHÃO




PARÓDIA DE DITADO POPULAR





PARÓDIA DE DITADO POPULAR


PARÓDIA DE DITADO POPULAR



LENDA DE MATO GROSSO



CUCA



IARA



MURAL COM OS TRABALHOS DOS ALUNOS




RELEITURA DA OBRA:"NEGRA TATUADA VENDENDO CAJU"

DE: JEAN BAPTISTE DEBRET

REALIZADO PELA ALUNA - DAINA NASCIMENTO -9ºANO A.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

INTERPRETAÇÃO DE TEXTO

O herói do banheiro

Era Dia da Criança no Japão. No metrô de Tóquio, um faxineiro entrou no banheiro e sentiu um cheiro esquisito de produto químico: cianeto de hidrogênio, suficiente para matar dez mil pessoas. Uau! Em segundos, aquele faxineiro japonês salvou milhares de vidas:era Tomiko San, o Faxineiro Super-Herói! Tomiko San passou a agir em todos os banheiros do metrô de Tóquio. Em todos, vestido com seu uniforme de faxineiro japonês, ele atacava de super-herói, evitando tragédias e salvando milhares de vidas. Os meninos ficaram vidrados em Tomiko San : logo milhares de bonecos invadiram as lojas e quando vinha a pergunta: “ O que você quer ser quando crescer?”, os japonesinhos falavam, sem hesitar: “Faxinelo”. Foi uma febre que durou meses .Quando ficou velhinho, Tomiko San, o Faxineiro Super-Herói, ganhou uma estátua de guerreiro bem em frente ao banheiro.

DILÈIA, Frate. Histórias para acordar.

ATIVIDADES:

1 – O texto fala sobre uma pessoa muito especial.
a) Qual o nome dessa pessoa?
b) Qual sua profissão?
c) O que essa pessoa fez para que se tornasse alguém especial?

2 – O nome do personagem é escrito com letra maiúscula ou minúscula? E o nome da profissão?Por que ocorre essa diferença?

3 – Observe a frase “ Em segundos, aquele faxineiro japonês salvou milhares de vidas:era Tomiko San, o Faxineiro Super-Herói!” Que intenção a palavra faxineiro passou a ser escrita com letra maiúscula?

4 – Na frase: “ ... os japonesinhos falavam sem hesitar: “Faxinelo”. Como seria “correto” de escrever a palavra faxinelo? Seria faxineiro.
a) Por que essa palavra foi escrita desse modo?

5 – No texto aparecem outros substantivos próprios. Há também vários substantivos comuns. Faça uma lista com:
SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS - SUBSTANTIVOS COMUNS


6 – No trecho:" Foi uma febre que durou meses”. A palavra em negrito significa:
( ) uma doença ( ) todos esquentaram ( ) foi uma epidemia

7 – Classifique as palavras quanto a sílaba tônica:
metrô-
químico-
japonês-
Tóquio-
produto-

8 – Complete as palavras com X ou CH

___inelo ___ale ___ique ____oque fa___ina

terça-feira, 23 de agosto de 2011

A CRÔNICA E SUA CARACTERÍSTICA

A CRÔNICA E SUA CARACTERÍSTICA

Ao escrever, os cronistas buscam emocionar e envolver seus leitores, convidando-os a refletir, de modo sutil,sobre situações do cotidiano, vistas por meio de olhares irônicos, sérios ou poéticos, mas sempre agudos e atentos.

ELEMENTOS CONTIDOS EM UMA CRÔNICA:
• Título sugestivo – O autor mobiliza o leitor para a leitura?
• Cenário curioso – Reflete o lugar que revelam fatos cotidianos?
• Foco narrativo, ou seja, o autor escolhe o ponto de vista que vai adotar: escrever em 1ª pessoa (eu vi, eu fiz, eu senti) e se transforma na parte da narrativa - é o autor-personagem; ou fica fora e escreve na terceira pessoa ( ele fez, eles sentiram) – é o autor-observador.
• Uma ou várias personagens, inventadas ou não – o autor pode ser uma delas.
• Enredo, isto é, narra um momento, um acontecimento, um episódio banal do dia a dia, e a partir daí passa uma idéia, provoca uma emoção.
• Tom que o autor usa pode ser: poético, humorístico, irônico ou reflexivo.
• Linguagem coloquial – linguagem simples, espontânea, quase uma conversa informal com o leitor.
• No desenrolar do texto, as características da narrativa estão presentes? –personagem, cenário, tempo, elemento surpresa ou conflito, e desfecho.

A última crônica
Fernando Sabino
A caminho de casa, entro num botequim da Gávea para tomar um café junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever. A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo meu café, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: "assim eu quereria o meu último poema". Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do botequim um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome.
Passo a observá-los. O pai, depois de contar o dinheiro que discretamente retirou do bolso, aborda o garçom, inclinando-se para trás na cadeira, e aponta no balcão um pedaço de bolo sob a redoma. A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom. Este ouve, concentrado, o pedido do homem e depois se afasta para atendê-lo. A mulher suspira, olhando para os lados, a reassegurar-se da naturalidade de sua presença ali. A meu lado o garçom encaminha a ordem do freguês. O homem atrás do balcão apanha a porção do bolo com a mão, larga-o no pratinho - um bolo simples, amarelo-escuro, apenas uma pequena fatia triangular. A negrinha, contida na sua expectativa, olha a garrafa de Coca-Cola e o pratinho que o garçom deixou à sua frente. Por que não começa a comer? Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual. A mãe remexe na bolsa de plástico preto e brilhante, retira qualquer coisa. O pai se mune de uma caixa de fósforos, e espera. A filha aguarda também, atenta como um animalzinho. Ninguém mais os observa além de mim.
São três velinhas brancas, minúsculas, que a mãe espeta caprichosamente na fatia do bolo. E enquanto ela serve a Coca-Cola, o pai risca o fósforo e acende as velas. Como a um gesto ensaiado, a menininha repousa o queixo no mármore e sopra com força, apagando as chamas. Imediatamente põe-se a bater palmas, muito compenetrada, cantando num balbucio, a que os pais se juntam, discretos: "Parabéns pra você, parabéns pra você..." Depois a mãe recolhe as velas, torna a guardá-las na bolsa. A negrinha agarra finalmente o bolo com as duas mãos sôfregas e põe-se a comê-lo. A mulher está olhando para ela com ternura - ajeita-lhe a fitinha no cabelo crespo, limpa o farelo de bolo que lhe cai ao colo. O pai corre os olhos pelo botequim, satisfeito, como a se convencer intimamente do sucesso da celebração. Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.
Assim eu quereria minha última crônica: que fosse pura como esse sorriso."
Crônica publicada no livro "A Companheira de viagem" (Editora Record, 1965)


Atividades:
1) Que tipo de narrador o texto “A última crônica” apresenta? Justifique sua resposta.

2) Retire do primeiro parágrafo as informações abaixo:
a) Quem entra no botequim?
b) Onde fica o botequim?
c) Em primeiro lugar, entra no botequim para quê?
d) Na verdade, o que ele faz nesse lugar?
e) O que ele deseja?

3) Sobre o trecho: “Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade.”, responda:
a) Quem são esses “três esquivos”?
b) Onde eles estão?
c) Levante hipóteses a respeito do que eles estão fazendo ali. Como está a célula da sociedade nos dias de hoje?

4) O que o pai pede ao garçom?

5) No trecho “A mãe limita-se a ficar olhando imóvel, vagamente ansiosa, como se aguardasse a aprovação do garçom.”, explique a ansiedade da mãe ao esperar a aprovação do garçom.
Por que o garçom não aprovaria o pedido do pai?

6) Observe que ao descrever a cena que está diante dos olhos, o narrador-personagem questiona: “Por que não começa a comer?” Por quê? Levante hipóteses.

7) Em “Vejo que os três, pai, mãe e filha, obedecem em torno à mesa um discreto ritual.”, a expressão destacada será revelada mais adiante. O que representa esse ritual? Quais são os elementos que compõem esse ritual?

8) Explique o que sentiu o narrador-personagem quando o pai sorri para ele.
“Dá comigo de súbito, a observá-lo, nossos olhos se encontram, ele se perturba, constrangido - vacila, ameaça abaixar a cabeça, mas acaba sustentando o olhar e enfim se abre num sorriso.”

9) Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como este sorriso. (Fernando Sabino) Assinale a série em que estão devidamente classificadas as formas verbais em destaque.
a) futuro do pretérito, presente do subjuntivo
b) pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo
c) pretérito mais-que-perfeito, presente do subjuntivo
d) futuro do pretérito, pretérito imperfeito do subjuntivo
e) pretérito perfeito, futuro do pretérito